Após tomarmos café fizemos uma reunião no nosso quarto (Nilton e Bruno) com a Camila Mello para definirmos algumas ações e algumas idéias para o dia. Depois dessa reunião fomos, eu e a querida Camila almoçar no mesmo restaurante do jantar do primeiro dia, sim, gostamos e era bem barato, coisa linda que turista ama.
Começamos a andar na Champs Elysees de Tunis, a avenida linda, limpa, caríssima, com lojas internacionais, carros importados e certa opulência.
Chegamos ao arco da frança, que é basicamente um portal de entrada para a Medina. Um senhor nos viu e perguntou se éramos brasileiros, e com a resposta positiva ele nos serviu como um guia turístico.
A experiência foi incrível, por que o inusitado do encontro e a amabilidade desse senhor nos proporcionou conhecer outra Tunis: uma Tunis mais pobre, mais suja, sem acesso a condições de higiene e saúde ideais, mas igualmente alegre, próxima, emocionante e amável.
Subimos a Medina, uma viagem no tempo, uma imersão em outra cultura, outras experiências, outros referenciais e profundas emoções. Subimos pelas escadas milenares, passando pela antiga casa real, entramos no quarto do rei e vimos a cama real. Presenciamos uma senhora tecendo um tapete. Experiência incrível. Esse é o ponto mais alto da cidade e dali é possível vê-la completamente de cima, sua arquitetura, suas igrejas e o movimento que ela tem. Uma jornada transformadora, uma outra visão.
Claro, o nosso guia tinha um comércio. Ele nos levou a sua perfumaria, onde nos ensinou como extrai os óleos essenciais que são levados para o ocidente e são destilados em muita água mineral, formando nossos eau de toilete e eau de parfum que pagamos caro e não fica nem rastro na pele após seis horas.
Sim, compramos os perfumes, até por que o guia era um mercador festejado e sua argumentação nem precisou ser forte, rssss.
Chegava a hora da marcha. Como descrever essa experiência no meu primeiro Fórum Social Mundial? Uma massa incrível de mais de 70 mil pessoas ocupou as ruas. O exercito isolou as praças da rua central com arames. A multidão tomou as ruas e com uma diversidade incrível fomos fazendo parte de um corpo sedento por justiça, dignidade, igualdade e humanidade.
Conversamos com a juventude palestina, trocamos experiências. Alguns deles mobilizados pela revolução de 2011 continuam sonhando com a efetivação da democracia e temendo que os extremistas religiosos islâmicos tomem o poder, pois esse grupo tem cooptado a revolução e a tomado para si.
Para alguns desses jovens éramos uma esperança, alguns nos viam assim, mal eles sabiam que os mestres eram eles, que o mundo estava ali para aprender com essa força que derrubou um ditador há dois anos, iniciando a primavera árabe, o maior acontecimento histórico-politico-social da nossa geração.
Caminhamos cerca de 10 km sem perceber tal distancia e chegamos para o show de Gilberto Gil. Foi incrível também perceber a força da nossa musica, da nossa cultura, e a alegria do nosso samba tocando gente do mundo inteiro. Gil fez um show magnífico!
Durante a marcha conheci um grupo de contadores de historia mineiro de BH e já costurei uma historia com eles: participarei no terceiro dia de uma atividade sobre a liberdade feminina cantando o Hino Nacional Sul Africano e Cio da Terra.
Voltamos de taxi, que é incrivelmente barato, a corrida deu 2.60 Dinar, cerca de 3 Reais. Sim, pode cortar o pulso ai no Brasil queri@: Aqui pagamos 3 reais para correr 10 km, enquanto no Brasil esse valor não paga a bandeira, dorme com essa informação, achei digno compartilhar, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Beijo em tod@s!!!